Lá em 2014, quando deixei de tingir meus cabelos, eu já tinha aderido aos produtos naturais sem compostos petroquímicos e sem sulfato pra tratar os fios. Para o gris isso foi ainda melhor, porque não abrir demais as escamas ajuda a evitar que o cabelo amarele, então eu passava longos e longos meses sem nem olhar pra cara do shampoo desamarelador.
Mas aí eu coloquei um diu com hormônio.
Eu, que sempre tive pele e cabelos normais, de repente estava às voltas com muita oleosidade. A pele encheu de acne, o couro cabeludo cheio de óleo. E quem tem cabelo cacheado – gris ou não – sabe bem que nossa sina é couro saudável e pontas secas, pq a ondulação do cabelo não deixa a oleosidade natural chegar até o fim do fio.
Demorei pra aceitar a raiz oleosa. Fiquei na negação por meses, apegada aos meus shampoos e cremes veganos e sem sulfato, mas sofrendo com coceira e a sensação de cabelo sujo. Até que finalmente me rendi: voltei pra linha comercial com todas aquelas porcarias que fugi durante anos.
O resultado disso? Raízes limpas de novo, fios amarelados e pontas ressecadas com mais frequência. :/
Encontrar o equilíbrio disso não está sendo fácil. Por enquanto estou usando o shampoo Micelar e o condicionador Age Defy, ambos da Pantene. O creme finalizador continua vegado: o maravilhoso da linha No Poo Low Poo, da Bioextratus. Mas feliz, feliz, eu não tou.
Você tem cabelos oleosos gris? Conta aí como é que você faz pra controlar a oleosidade e ele não amarelar!
E aí que O Boticário me enviou de presente um kit massa da nova linha que eles lançaram para cabelos brancos: Match Juventude dos Fios! Eba! \o/
A linha Juventude dos Fios é segmentada em duas: para cabelos tingidos (descoloridos e platinados) e para cabelos naturais (pra quem veio platinada de fábrica). Meu kit, claro, é pra cabelos brancos naturais e veio com com shampoo, condicionador, máscara anti-idade e spray volumador, além de uma necessaire furtacor maneiríssima!
OS DESAFIOS DOS FIOS BRANCOS
Quem assumiu cabelo gris sabe que ele muda quando perde o pigmento natural e quando deixa de receber o pigmento artificial. Sem o natural, além de ficar branco, ele tende a ficar mais ressecado e quebradiço (porque perde massa). Quando a gente passa a tingir, a gente substitui dentro do fio essa massa natural por uma artificial, que contém pigmentos e fixadores – que geralmente tem metais pesados, como cádmio e chumbo. O resultado disso é que o fio tingido também tende a ficar danificado, já que esses produtos artificiais “entopem” o fio com porcarias. É por isso que, quando a gente assume o gris, é aconselhável tirar da rotina todos aqueles produtos que possuem derivados de petróleo ou outros químicos fortes: assim seu fio pode “respirar” e, apesar de mais frágil, ficar mais saudável. ;)
Mas como o fio fica branco, se a sujeira consegue entrar no fio ele amarela. Isso pode acontecer por excesso de lavagem com shampoos com sal (o famosos lauril sulfato de sódio), que abrem as escamas e deixam ele mais receptivo a agentes externos. Então é sempre aconselhável usar produtos naturais pra não ter que abusar do sal pra conseguir tirar os resíduos acumulados.
AZUL E VEGANOS
A proposta da Linha Match Juventude dos Fios é rejuvenescer o cabelo, segundo eles, em 5 anos! Como ele tem bioaminoácidos e ômega 3, ele ajuda a repor massa perdida, deixando o cabelo mais encorpado, menos quebradiço e mais saudável. Por ser vegano, ele dilui fácil e não gruda nos fios, não precisando de ativos fortes para a remoção dos resíduos condicionantes, por exemplo. A linha tem pigmentação roxinha, conhecida como matizador, que ajuda a neutralizar o amarelado que pode rolar dependendo da tua rotina.
PRODUTOS
O shampoo é matizador e contém lauril sulfato de sódio, ou seja, apesar de ter sal e “abrir as cutículas”, como ele tem pigmentação roxa ele joga isso pra dentro do fio combatendo o amarelado. Aliás, foi o shampoo um dos shampoos mais roxos que já usei! Ele é bem cremoso e tem cheiro docinho. É pra aplicar com cabelos molhados, massagear e enxaguar.
O condicionador também é matizador (mas é mais azulado), proporcionando maciez e ajudando a selar as cutículas. Ele é cremoso mas “fino”, não é gorduroso e também tem cheiro docinho. É pra aplicar depois do shampoo, massageando sobre os cabelos molhados e enxaguando na sequência. Não há instruções para deixar o produto agindo nos fios: passou-tirou.
A máscara anti-idade é pra ser usada depois da limpeza. Ela é um creme branco com consistência firme, quase pastosa, e cheiro menos doce do que a dupla anterior. Vem para reforçar o tratamento de reposição de massa, então é para deixar cerca de 3 minutos nos cabelos molhados e depois retirar com água. A recomendação de uso é de 2 a 3 vezes por semana. Já no primeiro uso tira aquela sensação de “cabelo áspero” do ressecamento.
O spray volumador é um finalizador que pode ser usado nos cabelos úmidos ou secos, sem enxague. Eles ajuda a encorpar os fios e ainda dá volume. Eu borrifei pelo cabelo e amassei, como faço com meu leave-in ativador de cachos, e ele cacheou igual sem a sensação de “peso” sobre os fios. Senti o cabelo bem leve depois de seco.
O preço de cada produto fica entre 30 e 40 reais, com exceção da máscara, que fica na casa dos 56 reais – dentro da faixa de preços média para produtos veganos nacionais.
PRIMEIRA IMPRESSÃO
Meu cabelo estava levemente amarelado (principalmente nas pontas) quando fiz o primeiro uso e percebi que o amarelado diminuiu. Também achei que o cabelo ficou bem leve e macio. Eu estava com medo da máscara de hidratação impregnar nos fios e não deixar o cabelo cachear, mas na-na-não! Formou cachos e só com uso do spray volumador.
Agora é continuar usando pra ver a progressão e volto em alguns dias pra dizer como foi – mas já adianto que, pra mim, está aprovadíssimo! :D
Comecei o Projeto Gris em 2014, quando estava com o cabelo curtinho e decidi ver qual era deixar ele crescer sem tinta. Acho, inclusive, que a forma mais fácil de transição é essa, cortar o máximo de tinta possível pra que ele já cresça todo novo e gris. Porque acho que o que mais incomoda na transição é o cabelo esquisito, com três cores, sem personalidade nenhuma.
Mas desde então eu não tinha mais cortado o cabelo. Pra não dizer que não tinha, em 2018 fiz um corte de salão e, desde que aderi ao moicano, venho fazendo a manutenção dele com máquina, em casa mesmo.
Eu tava com a ideia fixa de deixar crescer. Queria cabelão. Não tinha cabelo comprido de verdade desde 2008 e achei que o gris longo ia dar um lance legal. E realmente deu. :) Mas esse negócio de não cortar o cabelo tem um preço, né?, e ele se chama: pontas destruídas.
No final de 2019 eu já tava me coçando pra cortar, mas ainda apegada à ideia do cabelão, e trabalhando feito doida, e com medo de tentar uma cabeleireira nova.
Aliás, o lance de cabeleireiro/a é um capítulo à parte: por que a maioria ainda insiste em ficar preso na ideia de que TEM que tingir cabelo? E na ideia de que TEM que usar produto da L’Oreal / Kerastase / Keune e sei lá mais qual entupidos de petrolatos, sulfatos, silicones e parabenos? Aí quando você fala “não uso nada disso pq amarela o cabelo / danifica os cachos” a pessoa te olha com cara de desdém e tenta te convencer que é só entupir com mais produto e shampoo azul que tudo se resolve. Tô fora.
Enfim. Daí que começou a quarentena e eu estava com uns 20 centímetros de pontas destruídas que estavam me incomodando demais. O que eu (e metade do planeta) fiz? Tasquei a tesoura! E, claaaaaro, ficou uma caca.
E fiquei coçando pra cortar mais o cabelo no meio da quarentena. Não pode. Não pode. Não dá.
Até que esse mês de julho, com a reabertura gradual, decidi arriscar. Lembrei que tinha visto há mais de ano atrás a foto de uma amiga cacheada com um cabelo lindo, falando da cabeleireira dela. Fui atrás, achei o nome: Gabi Aguiar <www.instagram.com/aguiarvc>. Mandei mensagem. Tá atendendo? “Em sistema de guerra”, ela respondeu.
Fui no dia do meu aniversário. Uma pessoa só por vez, medição de temperatura antes de entrar, tapete sanitarizante, todas as cadeiras e acessórios desinfetados na minha frente. Maravilha.
Tomei coragem e pedi um chanel assimétrico. Ela fez. EU AMEI!
O antes…
… e o depois!
Saí de lá feliz que só. E fiquei me perguntando por que é que eu tinha demorado tanto tempo pra tomar coragem de cortar o cabelo de novo. Acho que talvez tenha sido uma espécie de resistência à insistência de muita gente que diz que cabelo gris tem que ser curto. Fiquei tão de bode dessa afirmativa que mantive o cabelão só de pirraça. Mas vou te dizer: meu moicano chanel assimétrico tá mega incrível, prático e moderno!
Então, se você está aderindo ao gris nessa quarentena (conheço várias mulheres que aderiram) ou se está na da dúvida se corta ou não: tenta! Lembra que é cabelo, e cabelo cresce!
E você? Como é que tá lidando com o gris na quarentena?
Oba! Estava sumida daqui, né? Mas, sabe como é, vida tem seus momentos. E daí que, de repente, o mundo todo entrou em isolamento social – ou quarentena.
Comecei a me dar conta que essa quarentena vem acompanhada de uma questão forte pra muitas mulheres: salões de cabeleireiros fechados, cabelos sem manutenção de tinta. Minha mãe tá quase surtando, pensando em marcar com a colorista dela de qualquer jeito. “Ela usa máscara, sempre usou. Eu vou de máscara também.”. Eu, sinceramente, acho risco demais. Até porque, a partir de agora, com a rede de saúde sobrecarregada, se você pegar a possibilidade de não conseguir tratamento é enorme.
Aí ontem minha cunhada levantou essa bola: e se assumir de vez o gris? Afinal de contas, ir no salão agora, além de arriscado, pode ser um tiro n’água já que a gente não faz ideia quanto tempo isso vai durar. Você se arrisca, vai no salão (ou marca um encontro com a colorista) e aí no mês que vem ainda tá trancada. E em junho também. E julho. E agosto… e aí? Vai se arriscar todo mês (e, muita gente, a cada quinze ou vinte dias)? Tanto risco vale a pena?
Aí, acho que vale pensar no outro ângulo: agora é uma ótima oportunidade para passar a transição. É, tem a transição. Não adianta tomar a atitude de assumir o gris achando que vai ficar tudo bonitinho já no mês que vem. Não vai. Vai ficar bi ou tricolor, com raiz diferente das pontas, parecendo um gato vira-lata. Só que passar por isso no cotidiano normal, tendo que sair pra trabalhar todos os dias, com festas e eventos sociais, é bem mais difícil, pode ter certeza.
Já pensou em aproveitar a quarentena pra fazer a transição?
Então minha dica de quase 6 anos gris é: arrisca! Aproveita que tá em casa o dia todo, que tá de pijama direito, aparecendo na câmera só em uma ou outra conferência com a família os amigos ou poucos colegas de trabalho e TENTA.
Cabelos compridos, cacheados e de moicano! Pode tudo com cabelo gris!
Essa semana o jornalista Gabriel Sobreira entrou em contato comigo me convidando para uma matéria sobre cabelos gris para o Jornal O Dia. Topei, feliz, mas me surpreendi quando hoje, ao pegar o jornal na banca, me deparei com uma matéria de página inteira só comigo! Aqui no blog eu sempre compartilho as matérias que participo e geralmente eu sou uma das entrevistadas – dessa vez não, eu fui “a” entrevistada! :D
A matéria ficou linda, o texto do Gabriel está incrível e fiquei mega orgulhosa de poder novamente falar um pouco da minha experiência de auto-aceitação para, quem sabe, ajudar outras mulheres a se aceitarem como são e serem felizes e livres.
As fotos da matéria são minhas, selfies, e pra quem ficou curiosa/o a joia que estou usando no nariz não é furada não, viu? É colada com cola para cílios postiços! Não machuca, não deixa marca, não incomoda, usa só quando quiser. Chama Pinching e você pode conhecer mais sobre ela no site www.pinching.com.br ou no instagram @pinching_store .
E não é que semana passada uma produtora do programa “Encontro” da Fátima Bernardes entrou em contato comigo me convidando para participar? Assunto? Claro, meus cabelos e tudo o que eles representam.
Os convidados do programa “Encontro” (e um papagaio de pirata azul) [Foto: Fabiano Battaglin/Gshow]
A gravação foi hoje de manhã, ao vivo. Claaaaro que rola um nervosismo básico mas já aprendi a disfarçar bem. :D E fora que eu fui pra falar de um assunto que, depois de 4 anos e muita entrevistas e bate-papos informais por aí, eu já domino bem – o que ajudou muito.
O assunto pra valer era Prejuvenescimento, a preocupação antecipada com rejuvenecer, ou pessoas que fazem uso de procedimentos para prevenir sinais de envelhecimento antes mesmo que eles apareçam ou que não querem assumí-los quando aparecem. Assunto em alta por causa da morte de algumas mulheres jovens devido a procedimentos estéticos irregulares, infelizmente.
Mas é impressionante como gris sempre toma conta da conversa quando aparece. De repente o assunto tinha virado definitivamente mulheres que assumem cedo cabelos brancos. E eu adorei, por aí eu estou em casa!
Julio Freire, Eu e Fátima Bernardes
(Foto: Fabiano Battaglin/Gshow)
Foi uma participação muito divertida, com repercussão muito positiva nas redes sociais para a “causa gris” – e ainda pude mostrar o Pinching, nossa joia exclusiva para nariz sem perfurações, em rede nacional! ;)
(Foto: Fabiano Battaglin/Gshow)
A Fátima Bernardes é muito gentil e carismática, e toda a equipe e convidados foram extremamente simpáticos. Adorei! Espero que você goste também!
O vídeo no YouTube saiu do ar e o WordPress não permite incorporar vídeos da GloboPlay, então segue o link do programa no site da Globo pra você assistir:
Você pode ver todas as fotos neste link: https://gshow.globo.com/programas/encontro-com-fatima-bernardes/noticia/confira-as-fotos-do-encontro-com-danilo-mesquita-totia-meireles-e-alcione.ghtml
Eu tou atrasada, eu sei, mas nunca é tarde para comemorar: 4 anos de Projeto Gris!
U-hu! 4 anos de gris!
Em junho-julho de 2014 eu decidi que não importava mais o que o senso-comum dizia: eu ia assumir meus cabelos brancos aos 32 anos. “Você é muito nova”, “Você vai ter toda sua velhice para parecer velha”, “Mulher de 30 anos de cabelo grisalho não faz sentido”. Decidi que pra mim fazia todo sentido do mundo. Nasci com essa genética. Aos 16 anos comecei a ter cabelos brancos. Aos 26 passei a usar tinturas permanentes. Aos 30 já tava tingindo a cada 15 dias, com o cabelo completamente danificado, odiando todo o processo e sem nem lembrar mais a cor original do meu cabelo. Por que continuar assim?
Eu não sou contra a tintura. Longe disso. Acho que quem gosta de tingir deve ser muito feliz e ter quantas cores quiser. Inclusive acho o máximo cabelos “fantasia”. Volta e meia penso que ia gostar de ter o cabelo azul petróleo… mas aí penso que tou tão feliz com meu gris que não vale a pena todo o tempo e trabalho que dá pra tirar tinta do cabelo. Não de novo. Pelo menos não nesse momento.
E quando parar de tingir o cabelo então?
Eu costumo dizer pra quem me aborda sobre o assunto que chega uma hora que o transtorno de tingir se torna maior que o prazer de ver o cabelo tingido. Essa hora chegou pra mim em 2014. Se essa hora chegar pra você não tenha medo: é só cabelo. Se você não gostar você pode voltar atrás e 40 minutos depois você vai ter cabelos quimicamente coloridos de novo. Simples assim.
Afinal são 4 anos! Não tenho sido muito assídua nas postagens e isso realmente é um lapso. Mas é que a vida dá umas reviravoltas, sabe com é.
Eu e o Julio no stand da Pinching Store na Babilônia Feira Hype
No ano passado, na postagem de 3 anos, eu falei do PINCHING, lembra? É um tipo de joia exclusiva para nariz, sem perfuração, que meu marido Julio Freire inventou, a gente patenteou e começou a vender. Pois bem. Estamos a todo vapor com o Pinching! Desde favereiro estamos fazendo Babilônia Feira Hype (uma das feiras de moda e gastronomia mais conceituadas aqui no Rio de Janeiro) além de vender pela loja virtual. E desde junho deste ano estamos nos preparando para começar a distribuição do Pinching para lojas do Brasil e do mundo! É trabalheira mas uma grande felicidade. Por isso perdi a data do aniversário. Mas foi por uma boa causa. Dá uma olhada no instagram da Pinching Storepra você ver como tá maneiro! :D
E o balanço do último ano…
De julho de 2017 para julho de 2018 senti algumas diferenças.
Tenho visto cada vez mais mulheres gris por aí. Acho o máximo! Todas as idades, mas especialmente mulheres com mais de 50. Acho que é quando aquela balança que falei um pouco acima, do prazer com o transtorno, vira mais. Mulheres com menos de 50 não são tantas assim ainda. Mas só o fato de o gris estar mais “normal” já é um avanço gigante!
Eu fiz um Superbonita (que você pode ver aqui) por causa do meu gris. E esse tipo de coisa ainda soa bem maluca na minha cabeça. Porque obviamente que eu nem imaginava que qualquer coisa do tipo poderia acontecer quando tomei a decisão em 2014. E de repente sou foco de reportagens de jornal, viro referência até no Japão e “Superbonita”. Se parar pra pensar de verdade é um avanço e tanto – pra uma sociedade obcecada pela beleza e pela juventude como a nossa – começar considerar uma mulher gris “superbonita”. Viva!
O Superbonita me fez “conhecida”. Claro, não virei famosa nem celebridade, mas sou reconhecida volta e meia. Acho interessante e até engraçado, mas o que me deixou feliz mesmo foi ouvir de mulheres que viram o programa e decidiram aderir ao gris também. Adoro quando minha experiência ajuda alguém a ser mais feliz. :)
Tenho ouvido muitos “que lindo o seu cabelo!”. Isso tem a ver com os itens anteriores (a popularização do gris, o programa…). Eu nunca que ia imaginar lá em 2014 ouvir isso.
Testei corte novo! Tou no objetivo “cabelão” desde que assumi o gris (quem tem cabelos cacheados sabe como é chato e demorado cabelo cacheado crescer) mas entrei na pilha. Só que a inquietação bateu, já tava ficando de saco cheio do meu cabelo e antes que eu fizesse outra maluquice (ou burrice) eu decidi aderir à moda do “undercut”. Ou, pra mim que fui punk adolescente nos anos 90, o famoso “moicano”. Eu-fiz-um-moicano-gris! E AMEI! Tanto que tou mantendo ele firme e forte já há alguns meses. E isso leva a uma outra quebra de paradigma: não só cabelo gris não tem que ser curto (como vejo muitos cabeleireiros caretas dizendo por aí) como ele pode ser radical! Ou, na verdade, ele pode ser como você quiser!
Ainda tem resquício daquele tonalizante vermelho que passei há um ano atrás (lembra?) nos meus fios. Pra você ver como essas coisas são pesadas mesmo quando são “fracas”.
Enfim. Reflexões. Foi mais um ano de gris. Mais um ano com a liberdade de ter um cabelo natural, de ser como eu sou – e isso não tem preço.
Nesta segunda, 4 de setembro, foi ao ar o episódio do programa Superbonita, do Canal GNT, que gravei falando da vida de gris.
O programa foi sobre cabelos, teve como personagem principal a cantora Paula Fernandes e como histórias paralelas a minha e a da digital influencer Luiza Junqueira.
O programa ficou massa, você viu? Se não consegiu ver, não tem problema, é só clicar no link aí em baixo e assistir. ;)
Hoje finalmente foi ao ar o episódio que gravei para o programa Superbonita, do canal GNT! Oba!
O programa ficou incrível! Fiquei muito feliz com o resultado!
As reapresentações são:
Terça 8:35
Quarta 18:00
Quinta 9:36
Sexta 04:30 e 14:00
Segunda 04:00
E assim que eles liberarem o video no site do canal eu posto aqui! ;)
Daniela Carasco – Do UOL, em São Paulo – 19/08/2017 04h00
Os cabelos brancos estão na moda. Na TV e no cinema, celebridades como Cássia Kis, Helen Mirren e Vera Holtz ostentam seus grisalhos com muita personalidade. Fora das telas, eles também vêm se popularizando: cada vez mais mulheres têm tirado os seus do armário. E a decisão chega acompanhada de uma sensação unânime de liberdade.
A designer de ambientes e empresária Karla Giaretta, 48, decidiu pela transição há três anos. Dona de fios curtos, tingidos desde os 30 de castanho, ela concluiu que era hora de assumir sua “natureza genética”. “Tenho cabelo branco desde os 23. Arranquei muitos fios até começar a pintar. Sempre quis ser mais valorizada pelos meus atributos intelectuais e não pelos físicos. Ao assumir os brancos, deixei isso claro”, conta.
A mudança foi radical. Karla raspou a cabeça e decidiu esperar os novos fios crescerem de maneira natural. A transformação veio acompanhada de elogios femininos e muitas críticas masculinas. “Várias mulheres diziam que queriam ter a mesma coragem, já meus amigos homens me aconselhavam a cobri-los novamente. Antes, eu gastava no mínimo duas horas no salão. Agora, só lavo com produtos específicos e deixo secar ao ar livre. É libertador”, diz.
No senso comum, uma transformação como essa costuma ser relacionada a uma aparência envelhecida. Karla rebate: “Me deixou com uma feição muito mais delicada”. Para deixar o rosto mais marcado, recorre à maquiagem. “Sem falsa modéstia, me acho linda assim.”
Como nascem — e devem ser tratados — os fios brancos
O dermatologista e tricologista Valcinir Bedin, presidente da Sociedade Brasileira do Cabelo, explica que o branqueamento dos fios acontece à medida que as células produtoras de melanina morrem. “Nos negros é mais comum a partir dos 55 anos, entre os amarelos por volta dos 45, e nos caucasianos brancos depois dos 35”, diz.
Essa morte celular, segundo o especialista, abre espaço para o aparecimento de bolhas de ar, que no lugar da melanina deixam o fio mais grosso e poroso. Por isso, é importante usar xampu, condicionador e creme ricos em ativos hidratantes — como aloe vera, pantenol, ceramidas, colágeno, elastina e óleos vegetais.
Produtos específicos para cabelo grisalho são ótimos aliados. Eles costumam ter tonalidade arroxeada, que deixa o branco mais vivo e menos amarelado. “Evite lavá-los todos dias e não use xampu antirresíduos, que resseca ainda mais”, ensina Valcinir.
Quer encarar a transição?
A grisalha Elisa Colepicolo, 35, autora do Projeto Gris, dedicado ao assunto, discorda dos especialistas que sugerem recorrer aos tonalizantes para encarar a transformação de maneira menos radical. “É só uma forma de adiar o inevitável”, diz ela, que assumiu os brancos há três anos. “Corre o risco de o cabelo ficar manchado. O ideal é esperar crescer e contar com a ajuda de acessórios para mantê-los no lugar”
O processo, segundo ela, não é fácil. No início, a imagem refletida no espelho lhe rendeu muitas crises. “Mas o resultado depois de um ano e meio me confortou. É libertador não ter mais o compromisso de tingir.” Hoje, ela celebra os fios mais saudáveis longe da química, que prejudica a estrutura capilar, e turbina os cuidados com produtos livres de parabeno, sulfato e silicone. “Sinto que meu fio desintoxicou. Meus cachos voltaram”, comemora.